Extreme Geres Marathon - Dura e bela
No passado 04 de dezembro de 2023, corri a a Extreme Marathon do Gerês .
Uma das provas mais duras e belas do mundo, organizada pela Carlos Sá Nature Events® com o apoio dos Municípios de Terras do Bouro, Arcos de Valdevez e de Ponte da Barca.
Com partida e chegada na Vila do Gerês esta prova tem tanto de desafiante como de bela ou dura.
Com subidas e descidas desafiadoras, paisagens deslumbrantes, trilhos técnicos e estradões, passando por locais emblemáticos como a Mata da Albergaria, a Cascata do Arado, a Pedra Bela esta maratona é em tudo diferente das demais que já participei.
Este ano foi a segunda participação que fiz nesta prova depois de 2022. Nesse ano o percurso foi alterado devido a risco de derrocada e ficou o desejo de voltar para realizar o percurso original como foi este ano. Um percurso que com a alteração que o Carlos Sá vai implementar de ter 3 percursos diferentes alternados a cada ano só se repete de novo em 2026.
Um outro desejo de voltar foi pelo facto de em 2022 ter sofrido bem na parte final da prova e ter perdido o primeiro lugar do meu escalão na parte final da prova. 2023 tinha um pequeno desejo de "revenge" para concretizar, houvesse pernas e vontade.
Os primeiros 7km são logo reveladores do tipo de maratona que temos pela frente. Se o primeiro km é feito dentro da vila do Gerês com pouco ascendente, os restantes 6km são um rampa sem fim sempre muito perto ou acima dos 10% de inclinação com pontos acima disso. Chegar ao ponto de viragem na Pedra Bela é o nascer de uma alma nova....
Seguem-se 4km que para mim apesar de rápidos (3'48) tinham de ser geridos com calma sob pena de se pagar logo na rampa seguinte (experiência do ano anterior).
E de novo mais uma rampa de 6 km em direcção á Mata da Albergaria que na minha opinião quem não usou a descida para encher o pulmão de ar e abusou no ritmo de certeza pagou bem caro a mudança de ritmo e declive.
Dos 17 aos 23 a descida longa é uma oportinade unica de alimentar e hidratar com mais calma e poupar alguma energia para o final da prova.
Depois, 10km para chegar e passar o Miradouro Voltas de São Bento, que eu sabia que iam ser intermináveis se não chegasse com energia suficiente para suportar as contantes subidas e descidas e subidas. ( Na minha memoria recordava 2022 que quando cheguei ao posto do turismo e olhei para cima a ver a estrada e pensei - Já foste!)
As energias não faltaram e com um ritmo "confortável" lá cheguei ao ultimo ponto alto da prova pensando que estava bem melhor que no ano anterior nesta fase. Os restantes 9 km são sempre a descer, mas quem pensar que foram agradáveis ou fáceis, pensa errado.
No ano anterior tinha sofrido bastante com caibras e frio, principalmente caibras. Tentei fazer uma corrida contida a descer sem que causasse demasiado impacto, mas chega uma hora que é aguentar o melhor que se pode. Recordo que ao km 37 , durante uns 500 metros que passaram a plano ou ligeiramente a subir ser tão dificil de correr como nas primeiras subidas da prova.
Os kms finais já são a escutar o speaker e a pensar que está feita a prova.
Cruzar a meta com amigos e esposa á espera é o "boost" de energia que nos reaviva a alma e o corpo.
Aliás esta prova teve o prazer, tal como no ano anterior de ter a presença de fantásticos amigos que partilham o mesmo "prazer" de correr.
No final a revenge foi conseguida....
Como não fiz artigo em 2022 deixo aqui algumas belas imagens dessa prova: