Maratona da Europa Aveiro - Opinião e criticas
Participei no dia 28 de Abril na Maratona da Europa em Aveiro. Uma prova que desde do final do ano passado gerou espectativa em alta com objectivos bastante ambiciosos para o futuro e que certamente levarão a alguma alterações na realização e concepção da prova.
Esta Maratona prometia ser uma das mais planas da Europa e uma das mais rápidas. Ora nesse aspecto esperava algo mais facilitado no percurso. Comparando com o Porto (A única Maratona que tinha feito até á data) a diferença de altimetria não é assim tão significativa. Apresenta 175m de elevação contra os 392m do Porto.
O percurso é algo sinuoso para dentro de Aveiro, embora a presença de público seja agradável. Passar na Gafanha é talvez das melhores partes da prova, quer pelo percurso quer pela ótima motivação dada pelas pessoas á prova. No regresso é aborrecido e solitário e a parte final parece-me até um pouco perigosa com subida e descida de passeios numa altura de desgaste do atleta e num trajecto junto ao rio que dificilmente passará um grupo de atletas compacto.
A partida deste ano feita em conjunto com a Meia Maratona e a caminhada correu relativamente bem, mas se a participação duplicar, como acho que vai acontecer no próximo ano, parece-me que terá que ser dada partidas com horas diferentes.
O meu maior desagrado (e o aspecto mais negativo para mim) deve-se com o facto de ser uma prova que não combate a desigualdade de género na atribuição de prémios entre os veteranos Femininos e os Masculinos. São atribuidos prémios a dois escalões de veteranos Femininos (F40 e F45) e para os Masculinos M40, 45, 50, 55 e 60. Neste aspecto a minha simbólica manifestação continua (há muitas fitas para distribuir para quem quiser):
Comparando novamente com a Maratona do Porto há uma grande diferença:
Sendo a GlobalSport, na pessoa do Paulo Costa, um defensor das igualdades, parece-me que fará sentido corrigir esta descriminação até porque mais de 33% dos "finishers" foram mulheres. Onde todos os pódios estariam completos excepto no F60 que teve só uma valorosa atleta a terminar. Tenho até alguma curiosidade em saber a opinião da Aurora Cunha em relação a este assunto.
A Aurora Cunha que terá sido a pessoa que provavelmente mais quilómetros fez em prova, desdubrando-se em constantes acompanhamentos no final da prova. A energia desta campeã continua a ser contagiante e foi uma excelente escolha para madrinha da prova.
Uma nota que acho que deve melhorar é o anùncio do tipo de energéticos que vai haver na prova (se houver), com bastante tempo de antecedência. Quem corre uma Maratona para bater uma marca, treina durante 3 ou 4 meses e aproveita os treinos longos para ingerir os energéticos que vai usar, para criar habituação. Se os tiver depois ao longo da prova iguais vai melhor para ele.
Sendo a primeira é normal que nem tudo seja perfeito, até porque mesmo as provas mais cotadas também cometem erros. Embora me pareça que ainda seja prematuro ambicionar até por uma classificação Bronze Label como já tem a Maratona do Porto ou Silver como Lisboa, imaginar a prova como Gold é para mim um exagero.
Uma nota para a transmissão televisiva do evento que me pareceu que também tem que melhorar e ficou aquém. Quando cheguei a casa e revi a transmissão fiquei desapontado, tirando alguns apontamentos de reportagem, e algumas passagens a espaços da reta da meta raramente se deu algum destaque ao pelotão. Fiquei sem a noção que efectivamente houveram mais 1100 maratonistas em prova e a termina-la e mais de 5000 na globalidade. Ter um uma divisão de ecrã com um plano de vários pontos de corrida para destacar o pelotão parece-me um boa ideia. O modelo usado pode até funcionar nas meias maratonas mas numa maratona é preciso algo mais.
Esta Maratona tem algum potencial para ser melhor, mas agora cabe a GlogalSport escutar os atletas e perceber onde pode e deve melhorar.
São novos Passos a dar...