Plano Maratona da Europa - Cumprido!
O dia amanhaceu coberto de uma neblina fresca e a noite tinha sido bem dormida. Para mim é sempre bom sinal porque uma noite bem dormida é sinal que a ansiedade está em baixo e estou relaxado. Deve ter sido reflexo do litro de vinho tinto bebido ao jantar acompanhado de um belo naco.
Tudo tinha sido preparado com calma no dia anterior, e a rotina estava marcada. Despertador ás 05:45, e o pequeno almoço habitual: Pão com mel, bebida de soja e a banana.
Como estava alojado num hotel perto da partida deu tempo para voltar a deitar um pouco e relaxar pensando na estratégia previamente definida.
A partida desde sempre era p objecto de preocupação pelo aparente pouco espaço de saida.
Depois de entregar os dorsais a todos os GR, e de um aquecimento de corrida ligeiro foi hora de ir tentar apanhar uma boa posição na partida. Nada como saltar a barreira para ficar bem posicionado e junto do companheiro de prova bem na frente.
A partida correu bem melhor que o esperado e logo a única preocupação em mente era manter o plano de prova. A minha corrida foi planeada para passar aos 10km em 41 minuto, e nem ter que parar para apertar as sapatinhas ao 3km me fizeram perder o foco.
A temperatura era ideal, o nevoeiro um aliado e o ritmo médio de 4'07'' fez com que fizesse o primeiro abastecimento dentro do plano aos 41minutos e pouco.
Com a primeira parte da corrida feita e agora era manter o ritmo o mais contante possível para passar à meia maratona junto da 1h27'30''. Esta era a marca que em caso de quebra me poderia dar alguma margem, porque a segunda parte da prova era previsivelmente mais dificil.
Com a meia maratona passada dentro do objectivo aproveitei a parte animada de gente na rua para me manter o mais relaxado possivel, com boa postura corporal e desfrutando da alegria das gentes na rua. O facto de o nevoeiro ainda se manter era um ânimo extra e havia que aproveitar o brinde.
Tinha delineado 4 abastecimentos energéticos ( 10, 20, 28 e 35km), por indicação do David Rodrigues que achava que à medida que a fadiga vai aumentando mais cedo se deve reforçar as energias. Pareceu-me uma boa ideia quando falamos disso e assim fiz. Uma outra vantagem é que como gosto de dividir a prova em pequenas corridas entre abastecimentos, as mesmas vão ficando mais curtas mesmo que sejam mais. A dificuldade do abastecimento aos 28km era ter que levar a água desde dos 25 mas era um sacrificio necessário e ponderado.
A partir daí a corrida foi em solitário e apesar de aos 35 ainda me sentir bem, sabia que o sol já era o meu mais recente adversário e que o homem da marreta podia estar logo ali.
O cansaço começou a fazer-se sentir, o ligeiro ascendente não ajudava e o percurso pouco agradável fez com que o ritmo descesse a partir dos 37km. No entanto a prova estava quase feita, dentro do plano, ver os insufláveis e a meta só me fez manter o ritmo, sorrir e desfrutar de cada passada em cima da passadeira azul.
O plano tinha sido cumprido, objectivo alcançado e portanto foram bons passos de corrida.
Venham outros...